quarta-feira, 22 de abril de 2009


Engraçado a palavra “querida” sempre me soou falsa, parecia artificial, sei lá, coisa de novela de pessoas mais velhas e meio “fingidas”. Não era uma palavra que fizesse parte do nosso cotidiano e nem das pessoas mais próximas da família.Não sei dizer a partir de quando a Denise começou a usá-la, principalmente ao atender o telefone e ouvir quem estava falando dizia sempre: - Oi querida!.....me acostumei e comecei a gostar de ouvir, e estranhamente a dizer isto para as outras pessoas também, sem que soasse falso. Dizer com convicção que aquela pessoa é realmente querida.Hoje não tenho mais telefone fixo, fiquei cerca de uns cinco meses esperando ele tocar e eu ouvir novamente: Oi querida... nós duas “filosofávamos” até por telefone, quando desligávamos a orelha estava quente. E eram tantos os nossos assuntos... não esgotávamos nunca.Mulheres conversam muito, umas ainda mais que as outras, meu marido sempre perguntava quando eu voltava para casa, ou quando desligava o telefone: Mas que tanto vocês conversam? De tudo!Em nossa casa nunca faltava assunto, cinco mulheres, falávamos de tudo e sempre com uma alegria contagiante, às vezes nos inflamávamos, e discutíamos afinal eram muitas idéias, muitos pontos de vista. E o meu pai, que tinha alma um pouco feminina, pois ele gostava de conversar, contar causos e contar seus sonhos e planos que eram infinitos, também conversava muito. Sempre havia um bom papo à mesa do almoço.Quando éramos solteiras, à noite no quarto, quatro filhas, conversas, cochichos e muita risada. Até que um dos dois falava lá do quarto deles: Chega gurias, vamos dormir, amanhã temos que levantar cedo!Penso que na casa da De faltou conversa, pois era uma mulher e quatro homens, me parece que o Fernando, seu filho do meio, é chegado o mais chegado num bom papo e numa “filosofada”.Homens geralmente não gostam de conversar, mais difícil ainda filosofar . Como os relacionamentos durariam mais se os homens gostassem de conversar. Mas há aqueles que se salvam então gostam de conversar e aí destes dizemos que eles tem a alma “feminina”.Para eu a Denise e a Daise, conversar fazia o tempo passar tão gostoso, tão leve, e assim passamos seus últimos dias de vida, já internada no hospital conversando muito e “filosofando” um outro tanto. Eu dormi muitas noites com ela, ela perdia o sono e aí, dele papo, teve uma noite que rimos muito, muito, de chegar gargalhar lembrando de coisas de nossa infância, de nossa pobreza, do tempo em que éramos tão inocentes e esperançosas da vida.Mas ainda tenho a sensação de que não conversei tudo com ela, temos ainda muito a conversar...mas me pergunto: Como? Quando? Não tenho respostas e acho que ninguém tem.Então resolvi escrever, para botar para fora toda esta dor, esta sudade...Estou aceitando sugestões...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Saudade


Irmãs....filhas do mesmo pai e da mesma mãe...éramos quatro meninas: Berenice, Denise, Daise e Vânia, respectivamente...Nice, Tita, Lili e Nica. A mais velha era quase que filha única, a preferida,sabida, estudiosa... e nós três. Nós três éramos muito ligadas. Fizemos magistério, a mesma faculdade de História, por vezes trabalhamos as três na mesma escola, eu e Daise casamos no mesmo dia e nos formamos no mesmo dia e eu e a Denise estivemos grávidas ao mesmo tempo, ela no terceiro filho, Serginho, e eu no primeiro e único, Gabriel. Os primos-gêmeos como nossa mãe os chamava.
Tínhamos muito em comum e não havia segredo entre nós, éramos muito unidas em tudo. E seguíamos tudo o que a Denise dizia ela era a nossa “mestra”. Depois de algum tempo é que as coisas se inverteram e eu passei a coordenar nossos pensamentos, pelo menos eu assim pensava.
Vou narrar algumas de nossas histórias, as mais pertinentes, as mais engraçadas, as mais tristes. Nunca tivemos a pretensão de ter grandes amigas, pois tínhamos a nós três, apesar disso fizemos grandes e verdadeiras amizades, amigas das três, uma que outra teve amiga só dela. Mais tarde no decorrer desta história elas fatalmente aparecerão.
Isso permaneceu assim até que no dia 06/08/2008 a Denise nos deixou, sucumbiu a um câncer de pulmão e nos deixou só, numa dupla, eu e a Daise. E eu perdi muito, muito mais do que uma irmã, perdi uma referência de vida, perdi uma amiga, uma dinda, uma comadre uma companheira, uma professora, que me ensinou tantas coisas, tantas coisas, afinal ela era sete anos mais velha do que eu. Na minha adolescência quando eu tinha treze ela tinha vinte, nos meus quinze ela tinha vinte e dois, quando casei com vinte e três anos ela já era a minha irmã casada e comadre.
Uma vez li um texto da Martha Medeiros chamado Saudade, que traduz muito bem o que sinto: “Saudade é nunca mais se ver e ainda assim doer.”
Hoje fiquei pensando o que escreveria no epitáfio da Denise. Ela não pensou num epitáfio, só pediu para ser cremada, e que cuidássemos de seus filhos e os fizessem estudar. Mas eu pensei num, mesmo que plagiando nosso querido Mário Quintana,, eu escreveria para o epitáfio da Denise : “EU NÃO ESTOU AQUI.”

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O CRISTIANISMO


Sou professora de História e Geografia em uma Escola pública de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Adoro o que faço, me identifico com meus alunos e acabamos trocando uma energia muito legal.
Neste primeiro trimestre trabalhei O Cristianismo e sua influência no Ocidente. Dois mil anos depois de seu surgimento, pesquisadores discutem como e por que uma seita de pescadores se tornou uma das instituições mais poderosas do mundo.
O triunfo da CRUZ! Seus primeiros líderes foram perseguidos e executados e apenas quatrocentos anos depois se tornou a religião oficial do império mais poderos do mundo. O Império Romano! Ainda hoje o Ocidente é sem sombra de dúvidas cristão.

Para encerrar o assunto propus a eles que fizessem uma releitura de algumas obras de arte sobre Jesus Cristo e algumas passagens da Bíblia. Os trabalhos ficaram muito lindos.